Audiência pública discute o combate da violência contra as mulheres, em Riachão do Jacuípe



Nessa sexta-feira (24), aconteceu uma audiência pública na cidade de Riachão do Jacuípe para discutir o combate da violência doméstica contra as mulheres, que reuniu centenas de trabalhadoras do campo e da cidade, militantes do movimento de mulheres, além diversas lideranças sociais e políticas.    

A audiência foi realizada pelo MOC (Movimento de Organização Comunitária) junto a Subcomissão de Autonomia Econômica das Mulheres, da Assembleia Legislativa da Bahia em parceira com diversas entidades dos Territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe.
  

Algumas das discussões foram pautadas  nas campanhas “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” uma mobilização internacional que acontece anualmente nos meses de novembro e dezembro e a campanha “O Problema Também é Meu – Não a Violência Contra Mulheres” promovida pelo MOC a partir das vivências comunitárias com as mulheres rurais e nos espaços de participação e intervenção política na região Semiárida da Bahia.

De acordo com Selma Glória, Coordenadora do Programa de Gênero do MOC, essas  campanhas visam a  desnaturalização da violência de gênero.
 
“Um dos principais objetivos da campanha é desnaturalizar a violência contra as mulheres e divulgar as diversas formas de violação do direito das mulheres que nem sempre elas tem conhecimento ou propriedade do que elas passam, do que elas sofrem do que é uma violência. Então a campanha tem esse papel de divulgar e disseminar os direitos das mulheres enfrentamento à violência”, disse Selma.

A violência contra as mulheres é considerada por muitos uma problemática cultural que aumenta as desigualdades de gênero, em maior número as jovens e negras. Os municípios da região semiárida dispõem de equipamentos insuficientes de atenção as mulheres em situação de violência, bem como pouco acesso a informações sobre os mecanismos de proteção importantes para romper com o ciclo da violência, aumentando os índices ou silenciando suas vozes. E segundo a deputada estadual Neusa Cadore essa problema não é apenas das mulheres mas também de toda sociedade.
 
“O Brasil tem título de quinto país do mundo de violência contra a mulher e só 2% são condenados e cumpre  pena, então é uma  impunidade muito grande e isso  acaba fortalecendo ainda mais a violência, então a campanha serve para agente dar visibilidade ao problema, apontar os números, fazer com que as pessoas vejam como diz a campanha  o problema também é meu, não é só da mulher que sofre violência, o problema também é da a sociedade, o problema é da deputada, do presidente, do prefeito, do vereador, da mãe de família, da associação, é de todos”, disse a deputada. 
 

No evento foi debatida a realidade da violência doméstica no Brasil e na região, bem como estratégias para prevenir e punir esse tipo de crime e uma das ações desenvolvidas pelo Estado foi a criação da Ronda Maria da Penha que nasceu para fiscalizar o cumprimento da medida protetiva, mecanismo previsto na Lei Maria da Penha, mas de acordo com a capitã da Polícia Militar Paula Queiroz, há muitas dificuldades em atender toda a demanda e fazer com que todos e todas sejam iguais como está na constituição.

 “A luta pela Lei Maria da Penha e suas ações é imprescindível porque se a gente quer modificar a sociedade e a realidade que está, nós precisamos fazer que as leis sejam cumpridas e quando a gente fazer com que a Lei Maria da Penha seja respeitada aí significa dizer que a gente está fazendo valer, a lei que está exposta na Constituição Federal. Então não possamos desistir desse pensamento de igualdade a Lei Maria da Penha é um forte ferramenta para que nós conseguimos chegar nessa igualdade formal proposta pela Constituição”, Afirmou a capitã.

A audiência também contou a apresentação de um grupo de jovens ligados ao Movimento de Mulheres de Pintadas que provocaram os participantes com a encenação teatral “Maria, vai com as outras”, que discute de maneira lúdica o posicionamento das mulheres frente às desigualdades de gênero.

Em entrevista ao VR14 a representante da Câmara Técnica de Mulheres da Bacia do Jacuípe Gildeane Mota ressaltou a importância de todo esse processo de articulação  que está sendo construído a partir das campanhas de enfrentamento a violência, onde estão sendo envolvidas junto a diversas organizações sociais para ampliar o debate nos municípios.
 
 “Essas ações vem para provocar a sociedade civil e o poder público para debater o tema de enfrentamento da violência contra mulheres, todos os dias acontecem casos de violência em todas as formas e a gente não tem tido encaminhamento como gostaríamos. Então quando a gente chama as mulheres principalmente representantes do poder público para debate essa temática para dar visibilidade a esses problemas a gente começa a ter uma condição melhor de avaliar e propor algumas alternativas e algumas ações para a gente buscar de fato fazer esse fretamento real”, concluiu Gildenae. 

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Da Redação VR14
Gerinho Lima e Jorge Henrique
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