Temer investe em campanha e estabelece prazo para votação da reforma da previdência

O presidente Michel Temer (PMDB) deu um prazo de duas semanas aos deputados federais para que levem às suas bases informações sobre a nova proposta de reforma da previdência. A ideia é que a nova narrativa, de uma mudança mais moderada, enfrente menor resistência de modo que seja possível angariar os votos necessários para aprovar a matéria.
A alteração na previdência é uma das últimas plataformas de reformas - soma-se a ela a trabalhista e a PEC dos Gastos, além de um sem número de refis e mudanças que contemplam os interesses dos financiadores políticos e econômicos do governo do peemedebista – que ainda restam para Temer cumprir os compromissos que o levaram até o Palácio do Planalto.
No jantar da última quarta-feira (22) a participação da bancada governista foi modesta e insuficiente para cravar o êxito em plenário da reforma e os articuladores de Temer avaliam que é melhor não correr riscos de derrota. Contudo, a presença de algo em torno de 100 deputados não foi maior devido às votações que aconteciam na Câmara e da marcha dos prefeitos.
O ambiente desfavorável não foi revertido durante a marcha dos prefeitos em Brasília. Na ocasião, terça (21) e quarta (22), uma extensa agenda de projetos que interessam aos municipalistas foi votada. 
Nos corredores palacianos correu a informação de que deputados governistas queriam condicionar a votação à aprovação da reforma. Os prefeitos não toparam e acabaram saindo de Brasília sem assumir o compromisso. Para eles, declarações favoráveis à mudança na regra seriam comprometedoras em suas bases.
Além das articulações políticas dentro do Congresso Nacional, o governo investiu R$ 20 milhões em uma campanha publicitária que busca amenizar o impacto negativo na sociedade com a reforma. O dinheiro gasto nesta frente de “batalha” é visto como estratégico para se ganhar a “narrativa”.
A campanha está no ar desde a semana passada e o staff do presidente acredita que durante as próximas duas semanas, prazo dado aos deputados, será possível mensurar a mudança na opinião pública.
Deputados baianos que compõem a base do presidente afirmam em uníssono que só votarão se houver “clima” e que não topam retirar direito do trabalhador. Na avaliação deles a aprovação da matéria está mais relacionada ao impacto em suas bases do que a articulação política com o governo.
A articulação política do governo com atendimento de demandas de cargos, pagamento de emendas e distribuição de recursos dos ministérios nas bases eleitorais dos parlamentares só trazem resultado se o terreno estiver permeável, o que neste momento não está.
Fonte: Agência Brasil 
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