Até o mês de outubro, o caminhão-cinema do
Circuito Nacional de Exibição percorrerá as cinco regiões do país
para lançar em sessões abertas e gratuitas os 15 filmes feitos por moradores de
pequenas cidades brasileiras.
Um tempo cheio de aprendizado e descoberta
através da vivência da pedagogia da alternância da Escola Família Agrícola
(EFA) é a inspiração do filme “O Rio que não Seca”, da diretora Geilane de
Oliveira, moradora de São José do Jacuípe, cidade da Bahia localizada no Território Bacia do Jacuípe. O documentário, baseado nas
memórias da infância da cineasta, será lançado na terça-feira (04/09), às 19
horas, na Praça da Feira, no Distrito de Itatiaia. A programação integra o Circuito Nacional de Exibição do
Revelando os Brasis Ano VI.
Iniciada em 22 de agosto, a caravana de
cinema seguirá até 11 de outubro por ruas e praças de doze estados para exibir
em sessões abertas e gratuitas as ficções e documentários feitos por moradores
de pequenas cidades com até 20 mil habitantes. Os 15 filmes de curta-metragem
foram produzidos pelo projeto a partir de histórias reais ou inventadas contadas
e dirigidas por moradores das próprias comunidades. O Revelando os Brasis Ano
VI tem patrocínio da Petrobras e realização do Instituto Marlin Azul.
A estrada - Adaptado para se transformar em
cabine de projeção, o caminhão-cinema é equipado com uma tela de seis metros de
altura, projetores, sistema de sonorização e 200 cadeiras para acomodar os
espectadores. Ao longo de 51 dias, a caravana irá visitar as seguintes cidades:
Vargem Alta e Laranja da Terra (ES), Urucuia e Barroso (MG), Lençóis e São José
do Jacuípe (BA), Quebrangulo (AL), São Domingos do Cariri (PB), Icapuí (CE),
Bom Jesus do Tocantins (PA), Arraias (TO), Nossa Senhora do Livramento (MT),
Guarujá do Sul (SC), Antônio Prado (RS) e Águas de Lindóia (SP). Também
receberão a mostra os municípios de Linhares (Vila de Regência) e São Mateus,
no Espírito Santo.
Oito documentários, seis ficções e um filme
que mistura os dois gêneros compõem a sexta edição do Revelando os Brasis. Além
da obra produzida na cidade, cada sessão inclui a exibição de uma seleção de
filmes feitos em outros municípios, totalizando uma programação de uma hora e
meia de duração. Com direção, roteiro e produção dos moradores selecionados, a
mostra traz um conjunto de histórias sobre memórias, lendas, personagens
populares e tradições das pequenas cidades, destacando temas que registram a
diversidade cultural brasileira e valorizam novas expressões e novos olhares
sobre o Brasil.
A história – “O Rio que Não Seca” é uma
história de afeto. Lembranças guardadas por uma menina sobre uma escola
diferente. Com narração em primeira pessoa, a diretora relata memórias
guardadas do tempo em que estudou na Escola Família Agrícola (EFA) de
Jaboticaba, no município de Quixabeira, interior baiano. Surgida na França, em
1953, e implantada no Brasil no final da década de 60, a pedagogia da
alternância possibilita ao aluno estudar por duas semanas em período integral
na escola, com atividades em sala de aula e no campo, e depois voltar para casa
por duas semanas para compartilhar o conhecimento com a família e a comunidade.
Os alunos estudam as disciplinas do ensino
regular e aprendem a trabalhar com a terra, as plantas, os animais, a trocar
experiências, a construir vivências e a lidar com os desafios da realidade
rural. O documentário reúne lembranças de aprendizado como a aula de zootecnia,
a travessia de barco pelo rio, a lida com a lavoura, a convivência com os
colegas e professores, além de momentos de descontração como o jogo de boleado
na estrada de terra debaixo dos raios dourados do pôr do sol. Segundo a autora,
o tempo na escola guarda uma vida modesta, mas feliz capaz, de transformar e
fortalecer a comunidade.
A diretora – Geilane de Oliveira é formada em
Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Já
roteirizou e dirigiu o documentário Alternância (2017), produziu o videoclipe
Comento, Curto e Compartilho (2017) e foi assistente de produção do projeto
fotográfico Imagens do Jacuípe (2014-2015). Fez assistência de direção dos
curtas Inferno (2014) e Aquele Trem (2014). Atuou como Júri Jovem do VII
Cachoeira Doc – Festival de Documentários de Cachoeira e Júri Especial do XII
Panorama Internacional Coisa de Cinema. Atualmente, é oficineira do curso de
Cinema no Ponto de Cultura Arte em Movimento, na cidade de Gavião, vizinha ao
Distrito de Itatiaia (São José do Jacuípe).
Para a jovem diretora de 25 anos, o Revelando
os Brasis tem sido uma experiência enriquecedora e de grande aprendizado, um
lugar de fala e representação local. “É através deste filme que eu consigo
expressar a minha subjetividade, a memória e o afeto pela escola agrícola.
Apesar de ter este caráter subjetivo, eu reconheço nele um filme que abarca uma
subjetividade social, já que compartilho os sentimentos e as emoções com outros
colegas egressos e os atuais que fizeram as reconstituições”, ressalta Geilane de
Oliveira.
Criado em 2004, o Revelando os Brasis tem por
objetivo geral promover a inclusão e a formação audiovisuais através do
estímulo à produção de filmes. O projeto promove processos de iniciação
audiovisual, oferecendo aos moradores das pequenas cidades a possibilidade de
contar as suas próprias histórias por meio de filmes que retratem o seu
universo simbólico.
O Revelando os Brasis é desenvolvido nas
etapas de formação, produção e difusão. Na primeira fase é realizado o Concurso
Nacional de Histórias direcionado aos moradores de cidades com até 20 mil
habitantes. A última edição bateu o recorde de inscrições: foram recebidas 951
histórias de todos os cantos do país. Dos 5.568 municípios brasileiros, 3.924
têm até 20 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE (2010).
Na segunda fase, é realizada a Oficina de
Realização Audiovisual, no Rio de Janeiro, quando os autores das histórias
selecionadas aprendem, com a orientação de profissionais renomados do cinema,
todas as etapas de realização de um filme, incluindo aulas de roteiro,
produção, direção, som, fotografia, direção de arte, edição, comunicação e
mobilização comunitária.
Na terceira fase, os autores retornam às suas
cidades para a filmagem, com recursos e o acompanhamento técnico do projeto.
Por meio de um processo de mobilização, familiares, vizinhos, amigos e artistas
locais são estimulados a integrar as equipes, desempenhando funções artísticas,
técnicas e de apoio. Após a gravação, os diretores seguem para a edição das
obras.
A quarta fase é marcada pelo Circuito
Nacional de Exibição. As obras são apresentadas em sessões abertas e gratuitas
nas cidades selecionadas. Para completar o processo de difusão, todas os
filmes, reunidos em um box de DVDs contendo ainda o making of do projeto, são
distribuídos para bibliotecas, escolas públicas, universidades, pontos de
culturas, instituições públicas e cineclubes ligados à educação e à cultura de
todo o Brasil.
Os filmes são ainda exibidos em mostras e
festivais nacionais e internacionais. Desde a criação do projeto, há quatorze
anos, foram realizadas 195 obras audiovisuais dirigidas por moradores de
pequenas cidades.
SERVIÇO
Revelando os Brasis Ano VI
Circuito Nacional de Exibição
Lançamento do filme O Rio que não Seca
Data: 04 de setembro (terça-feira)
Local: Praça da Feira, Distrito de Itatiaia -
São José do Jacuípe - Bahia
Horário: 19 horas
O Rio que não Seca
Direção, roteiro e produção: Geilane de
Oliveira
São José do Jacuípe - BA
Nasceu em 1993. Ensino Superior. Cineasta.
Documentário: Ao retornar à antiga escola
agrícola, memórias do tempo de menina se encontram e se repetem, conforme os
anos mudam rostos e a paisagem.
Fotos das gravações:
www.revelandoosbrasis.com.br
imprensa@imazul.org
facebook.com/revelandoosbrasis
instagram.com/institutomarlinazul
Mais informações:
Instituto Marlin Azul
Assessoria de Comunicação
Marialina Antolini/ Simony Leite Siqueira
(27) 98123-8545/ (27) 99695-7093/ (27)
3327-6999
Link do evento no Facebook https://www.facebook.com/events/491754614626267/?ti=icl
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