A Bahia tem 31 cidades que não são recomendadas viagens por causa da disseminação de variantes mais contagiosas da covid-19. O pedido é do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), órgão que faz parte da Secretária da Saúde do Estado (Sesab). Até essa segunda-feira (3), a pasta tinha identificado 31 mortes e 106 casos das variantes de Manaus e Reino Unido nesses municípios.
Das 10 maiores cidades, sete estão nessa lista: Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Juazeiro, Itabuna, Lauro de Freitas e Ilhéus. Faz parte também do grupo de locais em alerta municípios pequenos, como Anguera, no Centro-Norte baiano, de 13,6 mil habitantes, e Retirolândia, no Nordeste do estado, com 12 mil habitantes.
Dois municípios da Bacia do Jacuípe estão inclusas, Riachão do Jacuípe e Serra Preta.
Variante de Manaus (P.1)
Variantes do Reino Unido (B1.1.7)
A recomendação da pasta estadual é que todas as viagens não essenciais para esses locais sejam evitadas. Segundo a Sesab, na prática, o pedido de evitar viagens desnecessárias vem sendo feita desde o ano passado. “Essa é uma medida a mais de segurança adotada pelas Vigilâncias Epidemiológicas Estadual e Federal, que se soma às demais recomendações”, disseram.
No caso específico dessas cidades com variantes, os alertas sanitários são padronizados pelo Cievs como parte das orientações do Ministério da Saúde (MS) e Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora haja a recomendação de não serem feitas viagens desnecessárias, não há nenhuma previsão de suspensão do transporte rodoviário no estado.
Cresce casos de variantes
A variante mais disseminada na Bahia é a de Manaus, também denominada como P.1., com 93 casos em 29 cidades. Desses, 40 precisaram de hospitalização e 29 casos evoluíram para óbitos, o que representa uma letalidade de 32,2%. Já a do Reino Unido, a B.1.1.7, foram identificados 13 casos em cinco cidades: Itapetinga, Prado, Ilhéus, Lauro de Freitas e Salvador. Esses três últimos municípios também têm a variante de Manaus. Dos 13 casos, dois precisaram de hospitalização e dois evoluíram para óbito, o que representa letalidade de 15,38%.
“As variantes identificadas demandam especial atenção do Poder Público e da população em razão de mutações capazes de acarretar maior transmissibilidade e maior gravidade do quadro clínico”, escreveu Talita Moreira Urpia, coordenadora do Cievs-BA, que emitiu o alerta sanitário.
Segundo Talita, é importante que haja rastreamento e isolamento dos casos confirmado de covid-19, bem como, de casos suspeitos entre comunicantes dos indivíduos infectados pelas variantes.
“Ressaltamos a necessidade da adoção/intensificação de ações de educação e comunicação em saúde destinadas a orientar a população sobre prevenção e controle da covid-19, como utilização de máscara, etiqueta respiratória, higiene de mãos, distanciamento social e, em caso de sintoma, procurar unidade de saúde para atendimento clínico/testagem e realizar quarentena”, disse.
Infectologista recomenda atenção a todo o estado
Para o infectologista Matheus Todt, da SOS Vida, não vale a pena isolar somente as cidades que têm variantes identificadas, mas sim fazer medidas duras que reduzam a transmissão do vírus em todo o estado. “Não se trata de uma variante nova que tenha surgido nessas cidades. O ideal é reduzir a mobilidade das pessoas como um todo e pensar em restrições que ajudem os números de casos e mortes caírem”, disse.
Fonte: Correio