PGR pede ao STF condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que condene o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O que diz a acusação?

De acordo com Gonet, Bolsonaro e seus aliados organizaram uma estrutura que espalhou desinformação sobre fraudes eleitorais, incentivou a radicalização de seus apoiadores e tentou pressionar as Forças Armadas a apoiar medidas ilegais, como:

Anular o resultado das eleições de 2022

Prender autoridades do Judiciário

Intervir nos outros poderes da República

O procurador afirma que o plano foi sendo construído aos poucos, desde antes da eleição, e que a ação culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.

Crimes atribuídos a Bolsonaro

Bolsonaro é acusado de cinco crimes graves:

Tentativa de golpe de Estado

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Organização criminosa armada

Dano qualificado (por destruição de patrimônio público)

Deterioração de bem tombado (por depredação de prédios históricos)

Gonet afirma que Bolsonaro foi o principal articulador da trama, utilizando a estrutura da Presidência da República para mobilizar apoio, manipular informações e atacar as instituições democráticas.

“As ações não foram isoladas ou espontâneas. Foram coordenadas e organizadas para romper com a ordem democrática e impedir a alternância legítima de poder”, destacou o procurador

Além de Bolsonaro, são réus:

Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator)

Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin)

Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)

Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)

Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)

Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)

Walter Braga Netto (ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro)

A PGR os classifica como o “núcleo central” da organização criminosa, que ainda teria outros membros em ações penais paralelas.

Provas reunidas

Entre as evidências apresentadas pela PGR estão:

Mensagens, áudios e documentos com planos golpistas

Minutas de decretos de intervenção militar

Depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas

Gravações e registros oficiais de ações coordenadas

A PGR destacou que as próprias ações do grupo foram amplamente documentadas, tornando a comprovação dos crimes ainda mais evidente.


“Não há como negar os fatos. Foram planos públicos, falas gravadas, documentos apreendidos e provas materiais robustas”, disse Gonet.

 O que acontece agora?


Com a entrega das alegações finais da PGR, os réus têm 15 dias para apresentar suas defesas. O primeiro será Mauro Cid, por ter fechado um acordo de delação premiada.

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